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Nota de solidariedade às compas criminalizadas na Argentina

A Coletiva Centospé, de Florianópolis, Brasil, se solidariza com a luta das companheiras da Barricada Libertaria de Córdoba, Argentina, que vêm sendo criminalizadas pelo Estado argentino, o mesmo Estado que assassinou Santiago Maldonado um ano atrás. Hoje são 27 compaheiras e companheiros da Universidad Nacional de Córdoba procesadas pela Justiça Federal.

Essas companheiras e companheiros têm se mobilizado com paralisações, aulas públicas, assembleias e ocupações no país vizinho, assim como nós o temos feito por aqui, em defesa da educação pública e gratuita. A perseguição a lutadoras sociais tem se intensificado na Argentina e as estudantes têm sido atacadas, junto com sindicalistas e demais militantes de movimentos sociais. Mais uma vez, repetimos que PROTESTO NÃO É CRIME. Se aumentam os avanços da repressão e da vigilância sobre nossos corpos e movimentos, deve aumentar também nossa resistência.

Portanto, companheiras argentinas e da América Latina, sigamos firmes.

Arriba las que luchan!

QUE SE RETIREM JÁ OS PROCESSOS DAS ESTUDANTES PERSEGUIDAS POR LUTAR EM DEFESA DA EDUCAÇÃO PÚBLICA.

PELA CONSTRUÇÃO DE LAÇOS DE SOLIDARIEDADE ENTRE AS ORGANIZAÇÕES COMPANHEIRAS DE TODA A AMÉRICA LATINA, PARA RESISTIR AO AVANÇO DOS REGIMES DE FOME, MISÉRIA E VIOLÊNCIA FASCISTA!

Nota de solidariedade às lutadoras da UDESC

A administração central da UDESC solicitou à Procuradoria Geral do Estado (PGE-SC) a abertura de uma sindicância para descobrir quem participou do fechamento do Campus I, em Florianópolis, no dia 14 de junho, durante a mais recente Greve Geral.

Com isso, a reitoria de Marcus Tomasi demonstra de forma explícita que prefere atacar quem está ao lado da universidade, suas trabalhadoras e estudantes, do que se indispor com os governos federal e estadual, ambos na mão do PSL, que vem implementando um projeto de desmonte brutal do que ainda resta de serviços públicos no país. Quem está ameaçando o direito de estudar não são as lutadoras do 14 de junho, mas os governos que retiram investimentos das universidades públicas federais e também estaduais. Quem está impedindo o direito de trabalhar são os patrões e governos que gerenciam o atual cenário de retirada de direitos e ampliação do desemprego para aumentar seus lucros. Quem realmente planeja impedir o direito de ir e vir são aqueles que defendem a Reforma da Previdência, que nos obrigará a trabalhar até morrer, ou aqueles que apoiam o Pacote Anticrime de Moro, que planeja dar plena licença para a polícia matar, aumentando ainda mais o genocídio do povo negro e pobre promovido pelo Estado.

Ao buscar identificar quem se mobilizou para lutar contra a Reforma da Previdência e contra os bloqueios de verba na educação, ao invés de se juntar à luta pela educação pública e por uma previdência solidária, a administração central da UDESC está dizendo que protestar é crime e que as servidoras e estudantes que ousaram fazer greve no dia 14 de junho são suas inimigas.

Entendemos essa abertura de sindicância na UDESC como uma ameaça a quem faz luta estudantil e sindical na universidade e, dessa forma, uma ameaça também a todas nós lutadoras que construímos a Greve Geral em Florianópolis. As companheiras da UDESC que participaram das atividades do 14J sabem que nossos direitos só se conquistam com ação direta – foi assim que vencemos alguns dos ataques sofridos nos últimos anos e será assim que vamos resistir aos ataques atuais à educação e aposentadoria do povo.

Estivemos juntas nos grandes atos de maio deste ano, estivemos juntas na Greve Geral de 14J e estaremos juntas também nas próximas mobilizações. Enquanto houver universidade pública, lutaremos pra que ela seja do povo.

LUTAR NÃO É CRIME!

É BARRICADA, GREVE GERAL, AÇÃO DIRETA QUE DERRUBA O CAPITAL!

Leituras complementares:

Racista e antipovo: como o pacote anticrime de Sérgio Moro fortalece a política de criminalização de movimentos sociais, o genocídio do povo negro e o processo penal inquisitivo
https://reporterpopular.com.br/racista-e-antipovo-como-o-pacote-anticrime-de-sergio-moro-fortalece-a-politica-de-criminalizacao-de-movimentos-sociais-o-genocidio-do-povo-negro-e-o-processo-penal-inquisitivo/

[Parte 1] Como a reforma da previdência ataca direitos de trabalhadores/as e beneficia o mercado de capitais
https://reporterpopular.com.br/parte-1-como-a-reforma-da-previdencia-ataca-direitos-de-trabalhadores-as-e-beneficia-o-mercado-de-capitais/

Dia 15 de maio marca o início de um novo ciclo de lutas pela base
https://centospe.libertar.org/2019/05/14/dia-15-de-maio-marca-o-inicio-de-um-novo-ciclo-de-lutas-pela-base/