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Centospé comenta: “Como o Perini se prepara para receber a UFSC em março” (Jornal ANotícia)

Leia a reportagem: “Como o Perini se prepara para receber a UFSC em março” (Jornal ANotícia)

O jornal A Notícia de Joinville publicou no final do ano passado uma longa matéria sobre o campus da UFSC na cidade. Nela, ficamos sabendo que a Universidade vai pagar 412 mil reais por mês para um condomínio privado de empresas receber as aulas da UFSC nos próximos cinco anos, totalizando 24,720 milhões de reais no período, que ainda podem ser renovados por mais 5 anos.

Ao invés da Universidade construir seu próprio campus, está dando todo esse dinheiro para o Perini Business Park construir três blocos que recebam os milhares de estudantes de Joinville. O montante gasto se soma ao histórico de obras inconclusas no campus próprio e os aluguéis de prédios desde 2009, totalizando mais de 70 milhões de reais gastos sem a construção de sequer uma sala de aula própria. Nesta segunda (05/03), a UFSC realiza ato solene de instalação do campus, com presença do reitor pró-tempore, Ubaldo Balthazar.

Mas o gasto financeiro não é o que há de mais sério em risco, mesmo com a redução anunciada de 27 milhões de reais no Orçamento da UFSC para 2018. Enquanto constrói toda a estrutura para abrigar a UFSC Joinville, o Perini Business Park e os executivos de suas 150 empresas já conversam e planejam o que esperam da Universidade.

Para o empresariado, não há dúvida de que essa é uma ótima oportunidade de conseguir mão de obra barata, de economizar custos na formação profissional e principalmente na pesquisa e desenvolvimento, cooptando o recurso público e toda a estrutura e capacidade humana da Universidade para resolver seus problemas privados – obviamente, com usufruto privado de todo o lucro decorrente. Os princípios da Universidade pública, o olhar para as necessidades populares, a formação humanista e generalista, a autonomia na produção científica, tecnológica e artística ficam todos extremamente ameaçados por essa relação.

A alocação de um campus inteiro de uma Universidade Federal dentro de um business park privado é um perigoso precedente, um ousado passo na capacidade do mercado em direcionar a educação pública, que se soma a iniciativas nefastas como cobranças em especializações, parcerias público-privadas, o empresariamento da formação através das Empresas Júnior, a ação das fundações, as empresas públicas de direito privado (como a EBSERH) e as tentativas mais explícitas de privatização.

Assim como existe formação para os interesses do mercado, existe uma formação para as necessidades das classes oprimidas. Essa disputa atravessa tudo que acontece na Universidade, incluindo nossos currículos formais, os temas discutidos em sala de aula, as saídas de campo, os estágios, a extensão universitária, a pesquisa nos núcleos e laboratórios. Em Joinville, um dos lados da disputa vai começar a jogar em casa, mas pouca gente tem levantado a voz contra a vantagem desleal. Defendemos a Autonomia Universitária como um princípio que engloba a autonomia financeira, autonomia de gestão e autonomia pedagógica, que só podem existir com independência das forças do mercado, pela garantia do orçamento público na mão da UFSC, de estrutura própria e de currículos e propostas pedagógicas planejadas pela comunidade universitária, pelas comunidades do entorno e pelos movimentos sociais.

Universidade pública é para servir os interesses do povo!
Fora iniciativa privada da UFSC!

Coletiva Centospé
Março de 2018

06/03 | FAMA 2018: Mulheres e a luta pela água

O Fórum Alternativo Mundial da Água – FAMA 2018 – acontecerá entre os dias 17 e 22 de março de 2018, em Brasília – DF. É um evento internacional, democrático e que pretende reunir mundialmente organizações e movimentos sociais que lutam em defesa da água como direito elementar à vida.

Este Fórum pretende unificar a luta contra a tentativa das grandes corporações em transformar a água em uma mercadoria, privatizando as reservas e fontes naturais de água, tentando transformar este direito em um recurso inalcançável para muitas populações, que, com isso, sofrem exclusão social, pobreza e se vêm envolvidas em conflitos e guerras de todo o tipo.

Este  Fórum  se  contrapõe ao  autodenominado “Fórum Mundial da Água” que é um encontro promovido pelos grandes grupos econômicos que defendem a privatização das fontes naturais e dos serviços públicos de água.

Para os organizadores do “Fórum Alternativo – FAMA2018”,  as políticas públicas de água devem ser debatidas democraticamente com as populações e, em particular, com as comunidades afetadas.

No FAMA 2018 serão debatidos os temas centrais de defesa pública e controle social das fontes de  água, o acesso democrático à água, a luta contra as privatizações dos mananciais, as barragens e em defesa dos povos atingidos, serviços  públicos de água e saneamento e as políticas  públicas necessárias para o controle social do uso da água e preservação ambiental, que garanta o ciclo natural da água em todo o planeta.

A desigualdade de gênero também sofre o impacto da falta de acesso à água. A escassez e má distribuição leva mulheres a percorrerem longas e íngremes distâncias para obter água.

Então, para somar nas atividades da semana de 8 de março, e continuar contruindo e fortalecendo a construção do FAMA em Santa Catarina, realizaremos um debate sobre o tema “Mulheres e a luta pela água”, seguido pelo planejamento das atividades do FAMA em Florianópolis.

Este encontro acontecerá na próxima terça-feira, 6 de março, às 18:30h, no SINTESPE: Praça Olívio Amorim, 82 – Centro – Florianópolis – SC.

“Água é um direito, não mercadoria”
Comitê Santa Catarina do FAMA 2018