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Nota de solidariedade às lutadoras da UDESC

A administração central da UDESC solicitou à Procuradoria Geral do Estado (PGE-SC) a abertura de uma sindicância para descobrir quem participou do fechamento do Campus I, em Florianópolis, no dia 14 de junho, durante a mais recente Greve Geral.

Com isso, a reitoria de Marcus Tomasi demonstra de forma explícita que prefere atacar quem está ao lado da universidade, suas trabalhadoras e estudantes, do que se indispor com os governos federal e estadual, ambos na mão do PSL, que vem implementando um projeto de desmonte brutal do que ainda resta de serviços públicos no país. Quem está ameaçando o direito de estudar não são as lutadoras do 14 de junho, mas os governos que retiram investimentos das universidades públicas federais e também estaduais. Quem está impedindo o direito de trabalhar são os patrões e governos que gerenciam o atual cenário de retirada de direitos e ampliação do desemprego para aumentar seus lucros. Quem realmente planeja impedir o direito de ir e vir são aqueles que defendem a Reforma da Previdência, que nos obrigará a trabalhar até morrer, ou aqueles que apoiam o Pacote Anticrime de Moro, que planeja dar plena licença para a polícia matar, aumentando ainda mais o genocídio do povo negro e pobre promovido pelo Estado.

Ao buscar identificar quem se mobilizou para lutar contra a Reforma da Previdência e contra os bloqueios de verba na educação, ao invés de se juntar à luta pela educação pública e por uma previdência solidária, a administração central da UDESC está dizendo que protestar é crime e que as servidoras e estudantes que ousaram fazer greve no dia 14 de junho são suas inimigas.

Entendemos essa abertura de sindicância na UDESC como uma ameaça a quem faz luta estudantil e sindical na universidade e, dessa forma, uma ameaça também a todas nós lutadoras que construímos a Greve Geral em Florianópolis. As companheiras da UDESC que participaram das atividades do 14J sabem que nossos direitos só se conquistam com ação direta – foi assim que vencemos alguns dos ataques sofridos nos últimos anos e será assim que vamos resistir aos ataques atuais à educação e aposentadoria do povo.

Estivemos juntas nos grandes atos de maio deste ano, estivemos juntas na Greve Geral de 14J e estaremos juntas também nas próximas mobilizações. Enquanto houver universidade pública, lutaremos pra que ela seja do povo.

LUTAR NÃO É CRIME!

É BARRICADA, GREVE GERAL, AÇÃO DIRETA QUE DERRUBA O CAPITAL!

Leituras complementares:

Racista e antipovo: como o pacote anticrime de Sérgio Moro fortalece a política de criminalização de movimentos sociais, o genocídio do povo negro e o processo penal inquisitivo
https://reporterpopular.com.br/racista-e-antipovo-como-o-pacote-anticrime-de-sergio-moro-fortalece-a-politica-de-criminalizacao-de-movimentos-sociais-o-genocidio-do-povo-negro-e-o-processo-penal-inquisitivo/

[Parte 1] Como a reforma da previdência ataca direitos de trabalhadores/as e beneficia o mercado de capitais
https://reporterpopular.com.br/parte-1-como-a-reforma-da-previdencia-ataca-direitos-de-trabalhadores-as-e-beneficia-o-mercado-de-capitais/

Dia 15 de maio marca o início de um novo ciclo de lutas pela base
https://centospe.libertar.org/2019/05/14/dia-15-de-maio-marca-o-inicio-de-um-novo-ciclo-de-lutas-pela-base/

Dia 14 de junho é greve geral e povo na rua!

O momento é grave e demanda unidade com combatividade. Portanto, fazemos ecoar esse chamado de todos os nossos locais de atuação até onde chegar nossa voz.

Não temos qualquer pretensão de defender outra coisa que não seja o fortalecimento do povo organizado como o protagonista do processo político. Estamos plenamente convictos de que é somente através da resistência dos de baixo, que podemos vislumbrar um novo horizonte onde caibam os nossos sonhos.

Por isso, nossa militância vem construindo esta Greve Geral nas bases dos nossos locais de atuação, amplificando a participação popular, para, no dia 14, enfrentarmos a reforma da previdência, o mais duro ataque que o governo tenta aplicar sobre nós e os cortes na educação.

Este dia 14 cumpre um importante papel no processo de construção de um povo forte. Trabalhadores e estudantes mostramos muita disposição para a luta nos dias 30/5 e 15/5! Nos vemos diante um processo de ascensão do movimento de massas, que pode abrir novas e melhores possibilidades para o nosso povo tão sofrido. Mas para isso as centrais sindicais não podem recuar neste momento, devem sim, chamar novas Greves Gerais, que surjam como resultado de assembleias das categorias através da DEMOCRACIA DIRETA, que apontem para a unificação de nossas forças através da SOLIDARIEDADE DE CLASSE e que faça florescer piquetes, atos de rua, paralisações nos quais assumamos por nossas mãos o nosso destino através da AÇÃO DIRETA.

Portanto no dia 14/6 estaremos presentes em Alagoas, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Santa Catarina. Ombro a ombro com ações protagonizadas pelos de baixo. Fortalecendo essa enorme movimentação, mas trabalhando também pela construção da paralisação completa do país, pelo tempo que for necessário para impedir todos os ataques do governo e dos patrões contra a nossa classe.

Não à destruição da previdência!
Contra os cortes na educação!
Lutar, criar, poder popular!

Assinam este chamado:
Autonomia e Luta – MT
Coletiva Centospé – SC
Coletivo Quebrando Muros- PR
Juventude Rosa Negra – MG
Resistência Popular – AL
Resistência Popular – RS
Resistência Popular – RJ
Resistência Popular – SP

#14J
#GreveGeral