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Carta à greve #2

Mesmo com a greve das trabalhadoras e trabalhadores dos Correios, nossa segunda carta chegou. E é justamente sobre a adesão nos últimos dias a essa tática, dentro do campo da educação e nas demais categorias da classe trabalhadora, que queremos refletir em nossa segunda escrita coletiva sobre impressões e esperanças da greve que se desenha na UFSC. Embora a categoria docente tenha optado, na semana passada, por não aderir à greve de tempo indeterminado, acreditamos que temos bons motivos para continuar com toda a força.

1. No embalo domovimento da UFSC, já vemos outras universidades pautarem a greve

Nossas companheiras e companheiros de outras universidades nos enchem de uma alegre rebeldia e da certeza de que essa luta está para muito além de nós. Desde 17 de setembro, as estudantes do campus Jaguarão da Universidade Federal do Pampa (Unipampa) estão paralisadas em luta. Na UNESP de Marília (SP), houve paralisação nos dias 18 e 19 de setembro com chamado a uma Greve Nacional da Educação. As docentes da UFPR, nossa vizinha do Paraná, tiraram indicativo de greve por tempo indeterminado e assembleias estudantis também têm discutido a construção da greve. Na Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), a Reitoria foi desocupada após a vitória na reivindicação pelo pedido de destituição do interventor Recktenvald, a ser aprovado no Conselho Universitário – decisão acompanhada de perto pela categoria docente, que discute uma greve por tempo indeterminado caso o interventor não saia.

2. A luta pela educação é também uma luta contra o desemprego

Enfrentamos tempos muito difíceis para a educação pública, mas não podemos perder de vista que a vida está dura para todo o povo. Neste ano, foram milhares de pós-graduandas e pós-graduandos com as bolsas cortadas, retribuição que é a única fonte de sustento de muitas trabalhadoras que produzem pesquisa no país. Realizar produção acadêmica e científica é uma forma de trabalho importante para a sociedade, que ocupa tempo e esforço significativos, mas que opera em uma lógica de precarização ao não oferecer salário real nem direitos trabalhistas. Por isso, cortes nas bolsas são sinônimo de aumento do desemprego em massa que vive a classe trabalhadora brasileira!

Além disso, os cortes no orçamento da UFSC levaram à demissão de quase 100 trabalhadoras e trabalhadores terceirizadas. Por todo o Brasil, esses cortes significam mais milhares de pessoas sem emprego. Essa situação só reforça o atual quadro de crescimento alarmante dos trabalhos precarizados e sem direitos, os fenômenos da terceirização e uberização que avançam junto com o projeto neoliberal, explícito em propostas como a Reforma Trabalhista, aprovada em 2017.

A verdade é que o “trabalhador brasileiro é tratado que nem lixo”! É fundamental que nossa greve fale alto e fale sempre: estamos na luta junto ao povo por serviços públicos, direitos sociais e por mais emprego!

3. A precarização do trabalho e aumento no custo de vida serão enfrentadas com luta popular e mais greves

Porém, que nem o Criolo, estamos “pra ver um daqui sucumbir”. Historicamente a precarização da vida sempre foi respondida através de lutas coletivas por melhores condições. O aumento do custo de vida, aliado às altas taxas de desemprego e sub-emprego, são uma afronta direta à classe trabalhadora que é sentida na pele.

A greve é uma maneira concreta de responder àqueles que nos roubam lá de cima, em um projeto colocado em prática pelo Estado e o mercado. Assim, ressaltamos que trabalhadoras dos Correios começaram recentemente a primeira greve nacional deste ano, na luta contra a privatização da companhia pública que, desde 1663, possibilita a correspondência entre gente dos mais diversos lugares. Quem não lembra do filme Central do Brasil e tudo o que uma carta carrega na história de nosso povo?

Além dos Correios, trabalhadoras da CELESC (Centrais Elétricas de Santa Catarina) estão para entrar em greve na próxima segunda-feira, dia 23, reivindicando o que a empresa não cumpriu desde o último acordo. A categoria dos petroleiros também está em estado de mobilização e há discussão sobre greve, após a intenção da Petrobras em não renovar o Acordo Coletivo de Trabalho – a proposta da empresa foi rejeitada e, neste momento, há mediação junto ao Tribunal Superior do Trabalho. A categoria dos caminhoneiros é mais uma que discute a possibilidade de greve, frente ao não cumprimento das tabelas mínimas de frete e o aumento do diesel anunciado na última semana.

4. Construção da greve com a força de cada setor que luta ao nosso lado

É dentro desse panorama de lutas, indignação popular e grandes necessidades materiais que nós começamos há duas semanas uma greve estudantil e chamamos o país a uma greve nacional da educação. Nossa pauta é justa e urgente: as bolsas que sustentam nossas pesquisadoras, o dinheiro que garante o emprego das trabalhadoras terceirizadas, a manutenção do restaurante que nos alimenta e a continuidade da educação pública, acessível às classes oprimidas. A verdade é que não temos nem mesmo do que abrir mão: são reivindicações básicas que cada uma de nós precisa.

A vitória do movimento grevista é incerta, é verdade. Porém, nossa escolha foi feita na coragem e na certeza de que a ação direta é a arma que nos temos. Temos a certeza da história vitoriosa de greves construídas em todo o mundo, em que o povo organizado conseguiu fazer valer seus direitos e sua vida digna. Também temos a certeza de que não estamos sós: a luta se expande por toda parte onde há injustiça. Se a Amazônia queima nas mãos do latifúndio e a violência policial é norma nas periferias de Florianópolis e do Brasil, é com uma greve geral que conseguimos unir nossas indignações e dar um basta a esse projeto de morte.

Dentro da UFSC, temos a decisão das servidoras técnicas pela greve nesta semana. Também temos quase 400 docentes que votaram pela greve por tempo indeterminado e novas ações de mobilização que serão propostas, incluindo a adesão aos dois dias de paralisação nacional da educação – que só terá qualquer utilidade se servir para impulsionar a construção da greve nacional por tempo indeterminado, o quanto antes.

A luta não para no primeiro obstáculo. Sem perder a fé em nós e em nosso horizonte de vitória: se a luta parece incerta, encontremos a certeza nos olhos de nossas compas lado a lado, dentro da UFSC, nas outras universidades em que a luta se fortalece, nos Correios, na CELESC e nas demais categorias em luta!

NÃO TÁ MORTA QUEM PELEIA!
RUMO À GREVE GERAL!

Resistência Popular Estudantil – Floripa
23 de setembro de 2019

A greve da UFSC deve somar forças com a comunidade do Mocotó contra a violência policial

ATUALIZAÇÃO: O ato foi adiado por causa da chuva na sexta-feira (20) e acontecerá na terça-feira (24), às 14h, no mesmo local. As estudantes da UFSC em greve convocam uma concentração às 12h, no Centro de Convivência da UFSC, para produzir materiais e organizar o bloco de solidariedade que irá para o ato.

Nesta sexta (20), as moradoras e moradores do Morro do Mocotó convocam um ato contra a violência policial, após uma ação em que a Polícia Militar de Santa Catarina baleou dois jovens e chegou até a atirar com balas de borracha contra crianças. Esse novo incidente apenas reforça a postura típica que a PM tem nos morros e periferias da cidade, de genocídio e opressão.

Convocamos todos os Comitês de Greve da UFSC a se solidarizar com essa luta, mobilizar esforços para participar do ato e incluí-lo nos seus calendários de mobilização. Precisamos cercar de solidariedade as lutas populares da cidade e criar vínculos junto aos demais setores que dependem da educação pública.

O quê: Ato da Comunidade do Morro do Mocotó Contra a Violência Policial
Quando: Sexta (20), às 14h
Onde: Na entrada do Mocotó, início da Servidão Siqueira, Centro

PELO FIM DO ABUSO POLICIAL NAS PERIFERIAS!
MAIS FORTES SÃO OS PODERES DO POVO!

Coletiva Centospé,
17 set. 2019

Carta à greve #1

Iniciamos hoje uma sequência de cartas à greve estudantil que se inicia na UFSC, rumo à greve nacional da educação. São apontamentos e esperanças para a construção da luta coletiva.

No dia 10, lançamos um texto analisando o movimento de greve na UFSC e sugerindo caminhos para a mobilização. Naquele mesmo dia, a Assembleia Geral da Graduação aprovou por grande maioria a tática da greve estudantil, após um processo em que mais de 70 Cursos realizaram assembleias e decidiram por greve ou estado de greve. Um dia depois, a maior Assembleia Geral da história da Pós-Graduação da UFSC também votou maciçamente a favor da greve estudantil na pós. Estamos vendo a história se fazer na UFSC, a partir de nossas mãos, conforme essa jornada de lutas toma força.

Desde então, as servidoras técnicas tiraram um estado de greve; um setor do movimento docente deliberou em assembleia pelo estado de greve e houve as primeiras reuniões de Comitê Geral de Greve, na graduação e pós-graduação. Foram enviados também chamados para que FASUBRA (Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil), UNE (União Nacional dos Estudantes) e ANPG (Associação Nacional dos Pós Graduandos) construam uma greve nacional da educação, tendo a FASUBRA deliberado em plenária nacional nesse final de semana apoio à greve na UFSC e construção de um movimento nacional grevista. Ainda há muito a ser dito e refletido sobre esse processo. Nessa primeira carta, gostaríamos de ressaltar três posições, vinculadas diretamente às atividades de mobilização da semana.

1. Só existirá greve nacional da educação se houver greve de servidoras técnicas e docentes na UFSC

A primeira tarefa desta semana é a agitação e convencimento para efetivar a greve via SINTUFSC e APUFSC. Nosso exemplo já foi dado nas últimas duas semanas, mobilizando uma enorme greve estudantil. As servidoras técnicas votam em assembleia nesta terça (17), as docentes em votação online até a quinta (19). São três dias para encher os corredores de faixas, batucaços, cadeiraços e também de diálogo e argumentação com as outras categorias, seja nas salas de trabalho, nos colegiados, nas assembleias de curso e de centro.

Nossos principais argumentos são o significado histórico da greve, como instrumento que trouxe nossas principais conquistas e direitos; o caráter que estamos construindo de uma greve-mobilização, repleta de atividades e com a tarefa de ir ao encontro da comunidade externa à universidade; a importância da paralisação como demonstração explícita para a sociedade sobre os efeitos das atuais políticas para a educação, que inviabilizam a existência da universidade pública; e a capacidade da tática de greve em estimular lutas similares nas outras instituições de ensino e, até mesmo, nas demais categorias de trabalhadoras. Sem a greve, ainda não há alternativa de luta que esteja à altura em termos de força e impacto.

Por fim, se esses argumentos não forem suficientes, é necessário dizer que a categoria estudantil já tomou essa decisão e a greve virou uma realidade, parando a maior parte das aulas e funções da UFSC. A aposta foi feita, não há como retroceder; só resta à comunidade universitária participar dela e fortalecê-la.

2. A organização da greve acontece no Comitê e Comandos de Greve

Autogestão significa democracia de base e federalismo. É do diálogo em cada assembleia de base e reunião de comando de greve que devem sair as propostas para nossas atividades, que precisam ser apresentadas em um espaço de representação de cada assembleia ou reunião de base para uma decisão comum. Por isso, é fundamental que o Comitê Geral de Greve, que reúne os Comandos de Greve de cada Curso, seja um espaço de participação por delegação.

É pedagógico para a luta que toda a militância seja lançada às bases. Quem quer participar, dar propostas, discutir os rumos da greve precisa fazer isso, antes de tudo, na base do seu Curso, Programa, categoria ou coletivo/setor com representação no Comitê Geral. Propostas que não passaram pela base ou participação individual em Comitê Geral de Greve são formas explícitas de vanguardismo e ferem a construção coletiva da luta.

É no processo da luta que construímos um aprendizado político da delegação com controle da base, que deve ser rotativa e levar em frente apenas as propostas decididas nas assembleias e reuniões de base.

3. A greve demonstra sua força lá fora, não aqui dentro

Na segunda semana de greve, já vimos extensos calendários de atividade construídos em cada Curso e Programa, mostrando a disposição de fazer uma greve viva e ativa. No entanto, a maior parte dessas atividades aconteceu dentro da universidade, restrita à comunidade interna, e ainda por cima reproduziu o modelo de funcionamento tradicional da instituição: palestras e aulas se transformaram em aulões públicos, ainda que geralmente com temas mais críticos. Isso não é suficiente e, no limite, desviam nossos esforços de construir uma greve mais forte.

Existem algumas atividades de formação que podemos realizar dentro da Universidade, desde que elas tenham relação direta com a organização da greve e as atividades externas que queremos fazer: oficina de análise de conjuntura; oficina de controle, vigilância e segurança; debates sobre função social da universidade; debates sobre a situação da educação, ciência e tecnologia públicas; oficinas de produção de materiais; debates sobre comunicação e redes sociais; formação sobre greves, seu papel histórico e o direito de greve. Demais temas devem ser discutidos diretamente nas comunidades e espaços públicos, chamando atenção pública para a greve e seus motivos.

A principal forma pela qual nossa greve incomoda o governo federal e os setores privatistas é quando rompemos os muros da UFSC, seja para falar sobre a importância da educação pública, para denunciar os malefícios das políticas que estamos vivendo ou para somar forças com as lutas que já acontecem lá fora. Assim, temos que centrar esforços em organizar atos; panfletagens; fazer propaganda de rua e intervenções artísticas; levar atividades para escolas e espaços comunitários; fazer comunicação nas redes sociais; e levar nossa disposição de apoio e luta para os movimentos sociais já existentes.

Seguimos na construção de uma greve forte na UFSC, rumo à greve geral da educação.

MAIS FORTES SÃO OS PODERES DO POVO!

Coletiva Centospé,

16 de setembro de 2019.

A UFSC decidiu acender o pavio da revolta: nossa luta vai criar um mundo novo

o que transforma o velho no novo
bendito fruto do povo será

A luta em defesa da universidade pública, contra os cortes de verba e a privatização viveu momentos agudos nas últimas duas semanas na UFSC. O impacto dos ataques orçamentários de Bolsonaro foram sentidos na pele com a demissão de, no mínimo, 95 trabalhadoras terceirizadas, a queda da qualidade no Restaurante Universitário e o aumento dos roubos ao patrimônio nos campi. Além disso, foram anunciados o fim da SEPEX, maior evento de extensão da universidade, o corte de diversas bolsas e a data de fechamento do RU. Essas notícias culminaram com o final da fase de discussão universitária sobre o Programa Future-se, tornando explícito o que sempre denunciamos – o sucateamento e a privatização são duas facetas do mesmo movimento por parte do governo e do grande empresariado.

Na segunda-feira (02/09), a luta estudantil e sindical mobilizou a maior assembleia da história da UFSC, com a presença de cerca de cinco mil pessoas. A discussão, que tinha como previsão o foco no Programa Future-se, se tornou uma gigantesca plenária de luta que aprovou massivamente a proposta de Greve Nacional da Educação, o apoio à Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), que sofre intervenção do Governo Bolsonaro, a suspensão do vestibular enquanto o governo não devolver as verbas e a rejeição total ao Future-se. Na terça, o Conselho Universitário reuniu novamente milhares de pessoas e decidiu, quase de forma unânime, pela rejeição integral ao Future-se. Nesta mesma semana, dezenas de assembleias estudantis aconteceram nos cursos, atingindo a marca de mais de 20 cursos em greve e mais dezenas em estado de greve para a semana seguinte.

A mobilização cresce de forma explosiva e tudo indica a consolidação, em Assembleia Geral Estudantil na próxima terça (10/09), da tática da greve como meio de defender a universidade de seu fechamento total ainda neste ano, pela asfixia orçamentária.

Por que a luta vingou aqui e agora

Na análise que fizemos logo antes do 15 de maio¹, já apontávamos que se iniciava um novo ciclo de lutas estudantis construídas desde a base. A percepção da seriedade dos ataques e da necessidade de articular uma resposta nas ruas resultou, no semestre passado, na primeira onda de dezenas de assembleias de curso e de organização para o enfrentamento. Embora muito tenha sido falado sobre o desânimo coletivo que vivemos frente à enxurrada de retrocessos, a verdade é que houve muita disposição para construir os atos e greves dos dias 15/05, 30/05, 14/06 e 13/08, um processo que nos traz ao atual levante – e as lutas nas próximas semanas prometem elevar ainda mais a combatividade.

É verdade que a luta estudantil em Florianópolis foi, este ano, mais expressiva do que na maioria das grandes cidades do país. Isso acontece por vários fatores, como a alta proporção da cidade que tem vínculos diretos com a UFSC – uma comunidade universitária de mais de 30 mil pessoas em uma cidade com menos de 500 mil – e o papel histórico das estudantes nas grandes lutas da cidade. Contribui também uma presença relativamente maior de setores mais à esquerda nas ruas e na organização dos atos, incluindo muita militância independente, bem como libertários e marxistas – desde o primeiro ato, houve muito mais palavras de ordem contra a Reforma da Previdência e contra os cortes do que pautas eleitorais, como o Lula Livre, que roubam a cena das reivindicações materiais e ainda afastam setores da população que estão cansados da política partidária.

No contexto interno da UFSC, a mobilização contra o Future-se começou no meio do recesso de julho e conseguiu ganhar força ao longo do primeiro mês de aulas, sem desanimar, principalmente pela ação do Movimento UFSC Contra o Future-se e a ação de algumas entidades, como a Associação de Pós-Graduandos e alguns Centros Acadêmicos, que por fim levaram de arrasto o Diretório Central dos Estudantes e as organizações estudantis vinculadas a ele. Consideramos esse espaço vitorioso em agitar a forte mobilização do atual momento, mas insuficiente para a articulação e coordenação da nossa greve, tarefa que só pode ser feita junto à representação coletiva de cada curso e categoria, tirada em assembleias e reuniões de base, bem como de estudantes em seus centros acadêmicos, trabalhadoras em seus sindicatos, organizações políticas, coletivos, etc.

A existência de organizações políticas e entidades estudantis que atuam às vezes como donos, às vezes como freio das lutas, não pode nos levar a recusar a tarefa de construir entidades de massa e organizações políticas que estejam à altura das tarefas a que estamos sujeitos. É só através do aumento da organização que se constrói um povo forte, capaz de traçar um horizonte e uma estratégia radical de fato.

Uma greve que se alastra e incendeia a indignação do conjunto do povo

Greve ou indicativo de greve foi uma escolha quase unânime nas assembleias estudantis da última semana. No entanto, as categorias de servidoras técnicas e docentes ainda não esboçaram uma resposta à altura, como fizeram em outros momentos de ameaças à universidade pública, como na proposta de reforma universitária do governo FHC na década de 1990. Enquanto trabalhadoras terceirizadas estão sendo jogadas na rua, a categoria estudantil mostra, mais uma vez, que é dela que costuma partir a radicalidade das principais lutas no campo da educação, como aconteceu nas ocupações de escolas e universidades de 2015 e 2016.

Ao mesmo tempo, não haverá uma forte Greve Nacional da Educação se não formos capazes, antes, de estimular uma greve de TAEs (trabalhadoras técnico-administrativos em educação) e docentes na UFSC. Muitas das trabalhadoras com vontade de lutar ainda avaliam que a UFSC é incapaz de ser a ponta de lança da greve em âmbito nacional e, por isso, apostam na espera. Isso exigirá de nós um trabalho insistente de panfletagens, batucaços, piquetes e ornamentação de cada sala de aula e corredor falando sobre nossa greve. Além das assembleias e reuniões, será no diálogo solidário em cada sala de trabalho que faremos esse debate. Mostraremos que nossa escolha está feita e não há como retroceder – escolhemos lutar agora e escolhemos lutar para vencer!

O Governo Bolsonaro é a versão extrema do projeto neoliberal de destruição de direitos e aumento da repressão. Após os últimos nove meses que radicalizaram fortemente o projeto já executado pelos últimos governos, o povo brasileiro acumula uma grande indignação com a situação social, o alto desemprego e a forte precarização, a destruição da Amazônia, o fim da aposentadoria, a violência e genocídio policial, a venda de todo o patrimônio brasileiro.

No contexto universitário, vemos a tentativa de um ataque fatal à produção de conhecimento, uma intenção explícita e ideológica de Bolsonaro em silenciar as universidades que se opuseram a ele – intenção que não escandaliza os aliados de Bolsonaro representantes do mercado, cujo projeto para o Brasil não precisa de produção científica própria, já que é de total subalternidade, exportando bens primários. Isso expõe, de forma escancarada, o quão inviável é a possibilidade de negociação com este governo. Nossa luta só será vitoriosa com a superação de todo o seu projeto.

A aposta que fazemos pela greve, neste sentido, só será bem sucedida se ajudar a instigar uma greve nacional da educação e, indo ainda mais longe, se vincular a outras greves e ações radicais de contestação. Isso exigirá articulação de nossas entidades de luta, mas também a invenção de novos laços entre a luta universitária e as demandas urgentes das comunidades populares.

A luta na UFSC repercute em toda a cidade de Florianópolis, já que muitas estudantes, de pós e de graduação, trabalham ou fazem estágios nos serviços públicos, em especial na saúde e na educação. O fechamento da universidade e a perda de bolsas por pós-graduandas residentes em saúde, por exemplo, prejudica não somente estas, mas toda a parcela da população que é atendida pelas estudantes em centros de saúde nos bairros.

Com a greve de milhares de estudantes e trabalhadoras da UFSC, estaremos juntas das demais lutas da cidade e não apenas resistindo contra o que nos tem sido retirado. Não faz falta a propaganda contrária a esse sistema de morte e opressão que vivemos; faz falta o exemplo e a confiança da possibilidade de se levantar contra ele e vencer!

Por uma greve viva e duradoura

O longo trajeto até que nossa greve estudantil se torne uma greve de trabalhadoras da UFSC e que contagie o conjunto das universidades do país já indica, por si só, que nossa resistência precisará ser longa – a tendência é que nossa vitória não venha nas primeiras semanas. Isso significa que precisamos de um planejamento de médio prazo e uma boa avaliação de onde dedicar nossas forças, sem desperdiçá-las de antemão, nem frustrar expectativas de estudantes que participam de sua primeira mobilização. Também sabemos, desde já, que impedir as aulas não será suficiente; precisaremos de uma greve viva e ativa, uma greve-mobilização.

Greve é um momento de ativar a energia que costuma escoar pelo ralo do produtivismo acadêmico: é o momento de se concentrar na luta revolucionária e pôr em prática um método de organização transformador, baseado na autogestão, na horizontalidade, na ação direta, no apoio mútuo e na solidariedade de classe. Greve é o momento de usar o espaço em que estudamos e trabalhamos de modo criativo, rompendo burocracias e entraves institucionais. Uma greve viva é feita pela base e presencialmente, com rodízio de funções: é o momento de debater o que não dá tempo de debater porque estamos em “sala de aula”, é o momento de ressignificar as salas e os corredores, de cozinhar e construir coletivamente, de colocar em jogo nossas vidas estagnadas pela rotina de exploração e inventar atividades visando o mundo que queremos, para contrapor de fato as opressões do mundo atual.

A organização de todo esse processo exige a construção de uma Articulação de Comandos de Greve, que esteja aberta a todas as categorias em greve e que coordene as principais tarefas de mobilização, que incluem logística, comunicação, embelezamento, articulação com a comunidade externa e com outras universidades, aulas e atividades, construção de atos. Depende também da criação e bom funcionamento de um espaço de mobilização permanente na universidade, que se mantenha constantemente ativo e aberto para as demandas e disposição de quem deseja construí-la: um espaço físico para trocas, reconhecimento, produção de materiais, alimentação, reuniões e atividades. Propomos que a Reitoria, ou até mesmo o Centro de Convivência, se torne esse local comum para toda a greve – mas, por enquanto, sem funcionar como uma ocupação em que gastamos nossa energia dormindo no chão e virando a noite em vigílias de segurança.

Lutar, criar, poder popular!

O processo de luta é um processo criativo. É na luta que a gente consegue entrever a sociedade que queremos construir, porque é na luta que podemos pôr em prática o que acreditamos ser necessário fazer para que ocorra a transformação. Se acreditamos na ação direta, nossa luta deve ser feita sem esperar que supostos representantes resolvam em reuniões fechadas nossos problemas. E podemos fazer atos horizontais, sem carro de som e discursos eleitoreiros! Podemos dizer o que acreditamos com a nossa arte nos muros, em zines, performances e canções: a luta é um contexto em que nos inspiramos e nos revelamos artistas, destronando críticos de arte assim como é na luta que destronamos outras autoridades. É na luta que os sonhos se encontram com as práticas, e tanto os sonhos quanto as práticas têm muito mais chance de acontecer quando são sonhados e praticados coletivamente, de modo organizado.

Uma barricada, por exemplo, precisa de várias pessoas para ser erguida e é bom contar com os conhecimentos de engenharia e química. Além disso, é muito mais fácil construí-la cantando a canção e o convite à luta da Revolução Espanhola de 1936, “A las barricadas!”. Toda luta precisa de propaganda, portanto pode ser bom unir conhecimentos linguísticos, jornalísticos e de design. Toda luta precisa da conscientização crítica sobre a conjuntura e os condicionantes que nos impedem de decidir construir nossa própria história, portanto precisamos de educadoras, historiadoras, antropólogas e sociólogas.

A transformação social passa pela construção permanente de conhecimentos e para isso precisamos de uma universidade a serviço do povo. A luta é um processo transdisciplinar e é espaço de expressão popular, manifestando-se no potencial e no desejo de mudança e construção por parte de indivíduos criativos, que se conscientizam na luta coletiva e anunciam um novo cenário social.

RUMO À GREVE GERAL!
MAIS FORTES SÃO OS PODERES DO POVO!

Que o 13 de agosto inicie mais lutas!

Passados oito meses de governo Bolsonaro já fica muito evidente a serviço de quem Bolsonaro, Paulo Guedes, Onyx Lorenzoni e companhia trabalham: dos banqueiros, latifundiários e grandes empresários. É um governo sem vergonha e sem nenhum compromisso conosco, trabalhadoras e trabalhadores. Por isso amarga a pior popularidade de um presidente eleito na história do Brasil. Também não é para menos, já que o presidente, junto com a bandidagem que tomou conta do Congresso, aplica duros ataques sobre nós.

Vendem nossos recursos naturais a preço de banana, desmontam o SUS, não resolvem o problema da violência urbana, congelam nossos salários, nos jogam no desemprego e ainda querem que trabalhemos até morrer!!

Não pode restar dúvida: este governo é nosso inimigo e quer que o chicote da crise arda em nossas costas enquanto os banqueiros lucram mais e mais!! Por isso faz questão de aprovar uma reforma da previdência que atinge diretamente as pessoas mais pobres, as viúvas, as pessoas idosas na miséria, jovens, profes, em resumo: trabalhadores e trabalhadoras.

Bolsonaro e sua quadrilha também têm cortado dinheiro da educação, da saúde, da segurança e do saneamento repetidas vezes ao longo do ano. Se hoje não encontramos médicas e recursos nos hospitais, se cada dia que passa mais creches são fechadas e tem menos professoras nas escolas, se a cada dia a violência urbana explode é porque esse governo tem cortado verba dessas áreas, seguindo a mesma receita de ajuste fiscal de Michel Temer e de Dilma em 2015, quando os cortes na educação já foram significativos. Esses cortes se intensificaram com a PEC do Fim do Mundo aprovada no governo de Temer e, agora, Bolsonaro dá continuidade ao ajuste fiscal: já cortou 6 bilhões da educação esse ano, tanto das universidades e institutos federais quanto das escolas, e até mesmo o FUNDEB esta ameaçado.

FUTURE-SE

Depois dos cortes de verbas que comprometem o funcionamento das universidades federais neste segundo semestre, o MEC apareceu agora com o projeto “Future-se”. O programa tem como objetivo alterar os repasses de verba para a rede federal de ensino, desobrigando o Estado a arcar diretamente com o investimento, através da criação do “fundo future-se”. Para ter acesso a esse fundo, as universidades deverão buscar a iniciativa privada através de venda de pesquisas, fundos de investimento, parcerias público-privadas e privatização do patrimônio imobiliário delas, alterando os eixos que sustentam o caráter público e socialmente referenciado das instituições. Por isso o programa pode ser tratado como o cavalo de tróia da privatização, sendo questão de tempo para que o debate sobre mensalidade possa surgir também na graduação, já que na pós, especialmente na pós lato sensu, a cobrança de mensalidade já é uma realidade triste.

Além de jogar as universidades, IFs e CEFETs numa competição entre si para obter recursos, o progrma entrega a gestão das instituições nas mãos de Organizações Sociais, que nem precisarão passar por chamamento público. Com isso, há um nítido esvaziamento dos espaços colegiados: as decisões passarão a ser tomadas por um grupo de empresários e investidores interessados no lucro, não numa educação em defesa dos interesses da classe trabalhadora. Estas OS poderão, inclusive, realizar contrato de professores, que estarão diretamente voltados para a pesquisa de interesse do setor privado, destruindo o tripé ensino-pesquisa-extensão e a estabilidade dos servidores e servidoras públicas.

O programa não fala nada sobre assistência estudantil, deixando bem evidente que a permanência e a formação de estudantes não é uma preocupação desse governo. Durante o anúncio do projeto, o próprio ministro disse que nesse novo modelo a maioria de nós será jogada ao fracasso, para que uns poucos possam triunfar e enriquecer. No lugar de assistência estudantil, o future-se reserva para nós a disputa por subempregos e estágios sem direitos com bolsas pagas por empresas. Ou seja, future-se quer dizer fature-se, sucateia-se, vende-se, vire-se!

CONSTRUIR A GREVE NACIONAL DA EDUCAÇÃO NO DIA 13 DE AGOSTO

As tendências estudantis que assinam este texto se identificam com a classe trabalhadora. Um dos princípios que compartilhamos é a solidariedade de classe. Então chamamos atenção pro fato de que as pessoas mais afetadas pelos ataques do capitalismo governamental serão as trabalhadoras terceirizadas, que já vêm sendo demitidas desde o início do ano por causa desses cortes. A maioria dos campi já não tem RU (o que é uma marca do modelo REUNI) e os que ainda têm estão correndo o risco de perdêlos.

A solução para os nossos problemas não vai vir de cima, de algum governo ou empresa privada. É somente através da ação direta, da autogestão e da organização pela base que poderemos constuir a oposição a este governo e barrar estes ataques. Nós, estudantes, trabalhadores e trabalhadoras, tanto da graduação quanto da pós, tanto de universidades públicas quanto privadas, somos capazes de decidir sobre o que é melhor pra nós mesmas de modo horizontal, autônomo e com democracia direta.

Por isso, dia 13 de agosto devemos construiruma forte greve nacional da educação, repetindo o já realizado nos dias 15 e 30 de maio. Para barrar não só o future-se, mas também a reforma da previdência e os cortes.

E que o dia 13 de agosto sirva de ponto de partida para um calendário de lutas, que tome o exemplo dos companheiros e companheiras da educação do estado do Mato Grosso que já estão em greve há mais de 60 dias, que siga o exemplo das ocupações de indígenas na Sesai no país inteiro, e também a ocupação na Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB). Que o dia 13 de agosto aponte para a construção de uma Greve Geral, para parar a educação, o setor produtivo, o transporte e mostrar para nossos inimigos que não aceitaremos a retirada de nossos direitos.

SOLIDARIEDADE DE CLASSE ENTRE ESTUDANTES E TRABALHADORAS!

POR UMA GREVE GERAL PROLONGADA!

MOSTRAR NAS RUAS A FORÇA POPULAR!

ASSINAM ESSA NOTA:
Autonomia Estudantil – MT
Coletiva Centospé – SC
Juventude Rosa Negra – MG
Resistência Popular – AL
Resistência Popular – RJ
Resistência Popular – SP
Resistência Popular Estudantil – RS

Nota de solidariedade às lutadoras da UDESC

A administração central da UDESC solicitou à Procuradoria Geral do Estado (PGE-SC) a abertura de uma sindicância para descobrir quem participou do fechamento do Campus I, em Florianópolis, no dia 14 de junho, durante a mais recente Greve Geral.

Com isso, a reitoria de Marcus Tomasi demonstra de forma explícita que prefere atacar quem está ao lado da universidade, suas trabalhadoras e estudantes, do que se indispor com os governos federal e estadual, ambos na mão do PSL, que vem implementando um projeto de desmonte brutal do que ainda resta de serviços públicos no país. Quem está ameaçando o direito de estudar não são as lutadoras do 14 de junho, mas os governos que retiram investimentos das universidades públicas federais e também estaduais. Quem está impedindo o direito de trabalhar são os patrões e governos que gerenciam o atual cenário de retirada de direitos e ampliação do desemprego para aumentar seus lucros. Quem realmente planeja impedir o direito de ir e vir são aqueles que defendem a Reforma da Previdência, que nos obrigará a trabalhar até morrer, ou aqueles que apoiam o Pacote Anticrime de Moro, que planeja dar plena licença para a polícia matar, aumentando ainda mais o genocídio do povo negro e pobre promovido pelo Estado.

Ao buscar identificar quem se mobilizou para lutar contra a Reforma da Previdência e contra os bloqueios de verba na educação, ao invés de se juntar à luta pela educação pública e por uma previdência solidária, a administração central da UDESC está dizendo que protestar é crime e que as servidoras e estudantes que ousaram fazer greve no dia 14 de junho são suas inimigas.

Entendemos essa abertura de sindicância na UDESC como uma ameaça a quem faz luta estudantil e sindical na universidade e, dessa forma, uma ameaça também a todas nós lutadoras que construímos a Greve Geral em Florianópolis. As companheiras da UDESC que participaram das atividades do 14J sabem que nossos direitos só se conquistam com ação direta – foi assim que vencemos alguns dos ataques sofridos nos últimos anos e será assim que vamos resistir aos ataques atuais à educação e aposentadoria do povo.

Estivemos juntas nos grandes atos de maio deste ano, estivemos juntas na Greve Geral de 14J e estaremos juntas também nas próximas mobilizações. Enquanto houver universidade pública, lutaremos pra que ela seja do povo.

LUTAR NÃO É CRIME!

É BARRICADA, GREVE GERAL, AÇÃO DIRETA QUE DERRUBA O CAPITAL!

Leituras complementares:

Racista e antipovo: como o pacote anticrime de Sérgio Moro fortalece a política de criminalização de movimentos sociais, o genocídio do povo negro e o processo penal inquisitivo
https://reporterpopular.com.br/racista-e-antipovo-como-o-pacote-anticrime-de-sergio-moro-fortalece-a-politica-de-criminalizacao-de-movimentos-sociais-o-genocidio-do-povo-negro-e-o-processo-penal-inquisitivo/

[Parte 1] Como a reforma da previdência ataca direitos de trabalhadores/as e beneficia o mercado de capitais
https://reporterpopular.com.br/parte-1-como-a-reforma-da-previdencia-ataca-direitos-de-trabalhadores-as-e-beneficia-o-mercado-de-capitais/

Dia 15 de maio marca o início de um novo ciclo de lutas pela base
https://centospe.libertar.org/2019/05/14/dia-15-de-maio-marca-o-inicio-de-um-novo-ciclo-de-lutas-pela-base/

Dia 14 de junho é greve geral e povo na rua!

O momento é grave e demanda unidade com combatividade. Portanto, fazemos ecoar esse chamado de todos os nossos locais de atuação até onde chegar nossa voz.

Não temos qualquer pretensão de defender outra coisa que não seja o fortalecimento do povo organizado como o protagonista do processo político. Estamos plenamente convictos de que é somente através da resistência dos de baixo, que podemos vislumbrar um novo horizonte onde caibam os nossos sonhos.

Por isso, nossa militância vem construindo esta Greve Geral nas bases dos nossos locais de atuação, amplificando a participação popular, para, no dia 14, enfrentarmos a reforma da previdência, o mais duro ataque que o governo tenta aplicar sobre nós e os cortes na educação.

Este dia 14 cumpre um importante papel no processo de construção de um povo forte. Trabalhadores e estudantes mostramos muita disposição para a luta nos dias 30/5 e 15/5! Nos vemos diante um processo de ascensão do movimento de massas, que pode abrir novas e melhores possibilidades para o nosso povo tão sofrido. Mas para isso as centrais sindicais não podem recuar neste momento, devem sim, chamar novas Greves Gerais, que surjam como resultado de assembleias das categorias através da DEMOCRACIA DIRETA, que apontem para a unificação de nossas forças através da SOLIDARIEDADE DE CLASSE e que faça florescer piquetes, atos de rua, paralisações nos quais assumamos por nossas mãos o nosso destino através da AÇÃO DIRETA.

Portanto no dia 14/6 estaremos presentes em Alagoas, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Santa Catarina. Ombro a ombro com ações protagonizadas pelos de baixo. Fortalecendo essa enorme movimentação, mas trabalhando também pela construção da paralisação completa do país, pelo tempo que for necessário para impedir todos os ataques do governo e dos patrões contra a nossa classe.

Não à destruição da previdência!
Contra os cortes na educação!
Lutar, criar, poder popular!

Assinam este chamado:
Autonomia e Luta – MT
Coletiva Centospé – SC
Coletivo Quebrando Muros- PR
Juventude Rosa Negra – MG
Resistência Popular – AL
Resistência Popular – RS
Resistência Popular – RJ
Resistência Popular – SP

#14J
#GreveGeral

#30M: Defender nas ruas a educação e a aposentadoria!

Dia 30 de maio encheremos as ruas de todo o país novamente para barrar os cortes na educação e a reforma da previdência.

RUMO À GREVE GERAL! #14J
LUTAR, CRIAR PODER POPULAR!

Coletiva Centospé
Coletivo Quebrando Muros
Resistência Popular Estudantil – Marília
Resistência Popular Estudantil – Porto Alegre
Resistência Popular Estudantil – Rio de Janeiro

30/05 | ATO EM DEFESA DAS/OS CAMINHONEIRAS/OS E PELA CONSTRUÇÃO DA GREVE GERAL

Chamamos todas e todos para um ato nesta quarta (30), com concentração no Largo da Catedral, Centro, às 15h.

– Todo apoio à greve das caminhoneiras e caminhoneiros!
– Pela mudança da política de preços da Petrobrás para baratear os combustíveis!
– Fora Pedro Parente e sua política de submissão ao mercado internacional e privatização da Petrobrás!
– Contra a repressão às greves e contra a Garantia de Lei e Ordem (GLO) exigida pelo Exército!
– Pela redução dos custos de vida de toda a classe trabalhadora!
– Pela Petrobrás 100% pública, a serviço do povo!
– Pela construção de uma Greve Geral por nenhum direito a menos!
– Contra intervenção militar, intervenção popular já!

É PELA BASE! É RADICAL! TRABALHADOR TEM QUE FAZER GREVE GERAL!

MAIS FORTES SÃO OS PODERES DO POVO!

Evento no Facebook

Amanhã é dia de fazer greve e tomar as ruas contra a Reforma da Previdência

O Governo Temer ainda não conseguiu os votos necessários para a reforma da previdência, mas também não desistiu de destruir nosso futuro. Precisamos de um forte dia de greves e ações nas ruas para derrotar a reforma. Além disso, a intervenção militar no Rio de Janeiro indica uma alarmante disposição do Governo em subir o nível da repressão e consolidar o Estado de Exceção que já vigora nas periferias em todo o país. Tomar as ruas, nesse momento, é também demonstrar capacidade de resistência contra o avanço autoritário, que busca garantir o ajuste neoliberal a qualquer custo!

Aqui na cidade, o transporte público estará paralisado durante toda a segunda-feira e diversas outras categorias estarão em greve. Nós, como parte do movimento estudantil e da classe trabalhadora, estaremos nas ruas ao lado dos movimentos sociais, em total apoio às categorias que ousam lutar.

Nesse Dia Nacional de Greves, Paralisações e Protestos (segunda, 19/02), convidamos todas e todos para somar nas ações contra a Reforma da Previdência, incluindo:

– 9h em diante: concentração na Praça das Lutas (ao lado do TICEN) e ações no Centro da cidade
– 16h: ato público com saída no TICEN

MAIS FORTES SÃO OS PODERES DO POVO!